quarta-feira, abril 19

O Síndroma de Ran-Tan-Plam

Ainda não sabia ler e já me deliciava com os livros ós quadradinhos. Para mim, estes tornaram-se referências basilares , aos quais dedicava horas de profunda meditação e reflexão.

Um dos que mais gostava, a "fuga dos Dalton", tinha uma prancha (é uma página de BD, de alto a baixo) antológica. Nesta, e no primeiro quadradinho, um guarda prisional, que inicia a sua ronda, pisa a cauda do famosérrimo Ran-Tan-Plan. A sequência prosseguia com o guarda a passar no páteo, entrando na área das celas e, em suma, fazendo a ronda. Nisto aprecebe-se que os Dalton fugiram. Os sinos tocam a rebate, toda a gente alarmada, e o guarda corre para o gabinete do director a avisá-lo do acontecimento. Ficam todos em balbúrdia e muito aflitos. Correm para aqui e para ali. Abrem-se os portões e, a cavalo, sai um pelotão de perseguição. No último quadradinho, aliás no penúltimo, reencontramos o Ran-Tan-Plan ainda na paz dos anjos, dormindo como se nada se tivesse passado. Sendo que, depois, no último, dá um pulo enorme - "Cain, Cain", "pisaram-me a cauda" queixa-se com um ar alucinado. Ficou-me para sempre. Há quem prefira chamar a estas "reacções", ou falta delas, pois, outras coisas. Para mim ficou o Síndroma de Ran-Tan-Plan.

Oh! Sô Dona Última, seja muito bem vinda.